segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Doutrina da Igreja Católica


A Doutrina da Igreja Católica é o conjunto de crenças professadas pela Igreja Católica ou Igreja Católica Apostólica Romana acerca de diversos aspectos relativos a Deus, ao homem e ao mundo. Para a fé cristã, essas crenças foram sendo reveladas por Deus através dos tempos, atingindo o seu cume em Jesus Cristo.

Para os cristãos, a fé em Deus inclui a adesão da inteligência e da vontade à doutrina por Ele revelada, que tem a finalidade última de conduzir à salvação.



Tipos de doutrinas católicas

A Igreja Católica, bem como todas as outras Igrejas cristãs, professa um conjunto bastante alargado de doutrinas. No entanto, apesar de todas fazerem parte da fé professada pela Igreja, o grau de assentimento que é exigido aos crentes para cada uma delas é variável, pois depende do valor e da importância que tem cada uma delas.

Deste modo existem:

Dogmas: verdades de fé contidas na Revelação ou que com ela tenham um nexo necessário, e como tal definitivas e imutáveis, cujo sentido está suficientemente manifestado (o que não exclui o progresso crescente na sua compreensão por parte dos fiéis).

Verdades de fé não contidas directamente na Revelação, mas propostas pela Igreja como ensinamento verdadeiro e definitivo.

Doutrinas que a Igreja propõe para serem acolhidas com assentimento por parte dos fiéis, mas a que não pretende dar carácter definitivo e infalível, estando abertas à reflexão teológica e a uma clarificação ou modificação posterior.

Hipóteses que a Igreja, como tal, não subscreve oficialmente, mas que são acreditadas por parte dos fiéis, sem prejuízo da fé católica, e que permanecem como hipóteses de trabalho e reflexão.

A doutrina católica tem a sua base nos dogmas, e a partir destes e da reflexão de séculos propõe um considerável conjunto de crenças que deles derivam.



Desenvolvimento da doutrina

Apesar de, para a fé cristã, a Revelação ter chegado ao seu ponto culminante e definitivo em Jesus Cristo, a compreensão dessa Revelação, bem como a expressão da fé por parte dos fiéis é um processo que se dá progressivamente. Assim, a doutrina cristã e católica foi-se desenvolvendo ao longo de séculos, corrigindo e purificando muitas compreensões erradas ou incompletas. Tal processo, para a fé católica, deve ser guiado pelos responsáveis da Igreja, inspirados pelo Espírito Santo, numa fidelidade contínua à Revelação.


Fontes


As principais verdades da doutrina cristã encontram-se expressas e resumidas no Credo dos Apóstolos e no Credo Niceno-Constantinopolitano. Ao longo dos séculos, a Igreja foi transmitindo a sua doutrina, oralmente e através de publicações escritas. Actualmente, pode encontrar-se o conjunto da doutrina da Igreja Católica resumida e compilada no chamado "Catecismo da Igreja Católica" (CIC).[1] Para um acesso e compreensão mais fácil à Doutrina Católica, encontra-se também a síntese do CIC, chamada de "Compêndio do Catecismo da Igreja Católica" (CIC).


Notas históricas

As grandes verdades da doutrina cristã acerca de Deus, da Santíssima Trindade, de Cristo e da Salvação ficaram praticamente definidas nos primeiros séculos do Cristianismo nos primeiros concílios ecumênicos: Primeiro Concílio de Niceia (325), Primeiro Concílio de Constantinopla (381), Concílio de Éfeso (431) e Concílio de Calcedónia (451). Tais verdades estão sintetizadas no Credo Niceno-Constantinopolitano.

Santo Agostinho, no século V, desenvolveu a doutrina do pecado original e da graça.

A partir do século XIII, vários teólogos, nomeadamente São Tomás de Aquino, procurou afirmar que a fé supera mas não contradiz a razão humana. Aquino defendia que a filosofia devia servir a teologia cristã e tornou-se num excelente mestre da doutrina católica. Nesta altura também vai-se definindo a doutrina da presença real de Cristo na Eucaristia.

No século XVI, o Concílio de Trento tornou definitiva a doutrina dos sete sacramentos e reiterou a presença real de Cristo na Eucaristia. Após este Concílio, no confronto com os protestantes, desenvolveram-se as grandes doutrinas relativas à Igreja.

Ao longo dos séculos XVII e século XVIII, os teólogos católicos confrontaram-se com polémicas acerca do papel da graça e da participação do homem na sua própria salvação.

Durante o século XIX, foram proclamadas como dogmas a Imaculada Conceição de Maria e a Infalibilidade Papal. E, em meados do século XX, foi proclamado pelo Papa Pio XII, como um ensinamento infalível o dogma da Assunção da Virgem Maria ao céu.

A doutrina católica actual é, pois, resultado duma reflexão que vem de longa data.


A doutrina católica e a das outras Igrejas cristãs

A doutrina católica diz respeito ao corpo de verdades professadas pela Igreja Católica. Mas, como Igreja cristã, muitas dessas verdades são compartilhadas por outras Igrejas. Há diversas doutrinas podem ser chamadas com propriedade doutrinas cristãs e não apenas católicas, pois são compartilhadas por praticamente todas as confissões cristãs.


Igreja Ortodoxa

A doutrina da Igreja Ortodoxa é idêntica à da Igreja Católica. A única diferença significativa diz respeito à compreensão do papel e função do Papa, Bispo de Roma, na Igreja, que para os ortodoxos não tem jurisdição sobre as outras Igrejas nem é revestido de infalibilidade quando fala ex cathedra.

Mesmo algumas contendas doutrinais históricas, como a do filioque, são hoje consideradas pelos teólogos como ultrapassadas.

De resto, a única diferença que se observa deriva do facto de as duas Igrejas terem seguido caminhos separados no que diz respeito à reflexão teológica e doutrinal, o que conduz a algumas diferenças de formulação das doutrinas, que porém não são significativas.


Igrejas protestantes

Em relação às Igrejas protestantes, a diferença é maior. No entanto, essas Igrejas adoptam o Credo Niceno-Constantinopolitano, pelo que a doutrina acerca da Santíssima Trindade e de Jesus Cristo é idêntica à católica. O mesmo pode dizer-se em relação a alguns pontos da antropologia teológica e da escatologia.

As diferenças mais significativas dizem respeito à doutrina da Eucaristia, dos outros sacramentos e ao culto da Virgem Maria e dos santos. Há também diferenças importantes na doutrina do pecado original, da redenção e da graça.

Contudo, visto que mesmo entre as denominações protestantes há diferenças consideráveis, podemos encontrar entre elas algumas cuja doutrina se aproxima bastante da católica. É o caso, por exemplo, dalguns sectores do Anglicanismo.

Fonte: http://pt.wikipedia.org


veja também: http://www.santosdaigrejacatolica.com

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